segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Qual a sua missão?

Autor: Laércio Lins

É comum ouvirmos falar sobre a missão e a visão das empresas. Estamos vivendo um tempo onde a consciência sobre a importância da responsabilidade social tem sido difundida e incentivada. Diante de tantos tropeços dos governantes com relação a utilização dos recursos públicos, as pessoas têm se organizado para encontrar soluções de temas que em outras ocasiões de nossa história, eram cobrados apenas dos governos. Nossa sociedade está mais madura.

Cultura precisa de tempo para ser aperfeiçoada ou assimilada. Sinto no ar um querer social, tanto de empresas quanto de pessoas. Aquele estilo antigo de levar vantagem em tudo, do “jeitinho brasileiro”, já não soa tão bem. A sociedade em sua maioria, procura realizações através de maneira mais justa e ética.

Dias atrás estive numa empresa, que optou pela não distribuição de brindes de final de ano a seus clientes, os recursos foram dirigidos a um hospital infantil. Por motivo dessa ação, certamente o efeito de marketing da referida empresa foi positivo, houve uma divulgação entre seus colaboradores, que também foram convidados a participar da ação, o que fizeram com prazer. Isso é responsabilidade e consciência social.

Diversas empresas têm adotado em sua missão referências à responsabilidade social e à preservação do meio ambiente. Há sementes sendo plantadas em prol do bem estar comum. Muitas vezes a organização renasce do caos, um dos exemplos é a reconstrução do Japão após a segunda guerra mundial. Com disciplina, um objetivo e uma missão bem definida, o Japão saiu da condição de país dizimado, para se inserir, 60 anos depois entre as cinco maiores economias do planeta.

Atualmente é comum encontrarmos pessoas que administram suas carreiras e sua profissão como empresas, a maioria delas têm uma missão a partir de seus objetivos pessoais e sociais. O velho ditado, “você tem que vestir a camisa da empresa”, já não é suficiente, as pessoas têm se conscientizado de que precisam vestir suas próprias “camisas,” se profissionalizando e se especializando. Este conceito de desenvolvimento pessoal é benéfico tanto para as organizações quanto para as pessoas que passam a valorizar a relação custo benefício de seu trabalho. Algumas empresas têm mantido as políticas de cargos e salários, que se trata de uma ação mensurável e abolido seus planos de carreiras, por entenderem que este tipo de direcionamento e desenvolvimento deve ser individual, as pessoas devem ser livres para administrarem suas carreiras e construírem seu sucesso, para isto, é preciso amor pelo que se realiza e muita dedicação. Quando se age com amor diante de um evento ou tarefa, a razão e a emoção se transformam no mesmo sentimento, a diferença é que a emoção controlada se transforma em razão, um sentir com limites, percepção na medida certa para o que se deseja construir, isso caracteriza o equilíbrio.

Diante de tantas mudanças de conceitos, quebra de paradigmas e inovação nas relações de trabalho, surge empresas de um homem só, onde o trabalho passa a ser tratado como qualquer produto, não há nada mais coerente que construirmos nossas carreiras a partir de um planejamento que tenha como fundamento nossa própria missão pessoal. 

Twitter: @laerciolins

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Há lugar para todos

Autor: Laércio Lins

Entre os temas que mais preocupam os jovens que estão chegando ao mercado de trabalho, estão a escolha da profissão e as incertezas com relação ao futuro. As dificuldades para descobrir oportunidades, em meio a tantas variáveis e diante da competição, têm contribuído para a formação de profissionais fora de sintonia com suas próprias aptidões e vocações.
Estes momentos vividos pelos jovens e o aumento da concorrência nos últimos tempos, me faz lembrar de  uma brincadeira de crianças chamada “dança das cadeiras,” na qual, a cada etapa diminui uma cadeira e sobra um componente, até que só reste um e a brincadeira acaba.
Talvez não possamos mudar o quadro de escassez de estágios ou de empregos, mas, certamente podemos melhorar a qualidade e as condições de trabalho de estagiários ou profissionais recém-formados ou recém contratados, aproximando-os o quanto possível de suas habilidades mais fluentes.

As empresas precisam cuidar da sucessão, da própria continuidade e aperfeiçoamento de suas culturas, uma marca forte e de referência se constrói através da valorização de sua história e a história se compõe a partir das ações das pessoas. Para que haja renovação e atualização organizacional é necessário abrir espaço para a criatividade, para a novidade e para o pensamento sem vícios, isto só é possível a partir de pessoas livres de paradigmas e que não acreditem na existência do impossível, características encontradas em abundância na juventude.

O tempo nos transforma em profissionais experientes, no entanto, quanto mais experientes nos sentirmos, mais precisamos buscar atualizações e atentar para as inovações, perceber as novidades expressas pela tecnologia, pela ciência e pelas artes. Uma música nova pode nos ensinar um novo ritmo para um pensamento antigo, na maioria das vezes, soluções do passado não servem para problemas atuais, as informações e os dados nos traduzem novas leituras a cada momento. Estamos acostumados à seguir regras, símbolos e convenções que, devido às influências de nossos modelos mentais, tomamos como naturais. Para que tenhamos argumento diante de situações novas, precisamos ouvir e escutar, olhar e ver a partir de uma ótica que nos permita ampliar as possibilidades. É tudo uma questão de referência e isto só é possível se houver constante atenção aos velhos e também aos novos conceitos e suas linhas de pensamento.

É preciso estimular os jovens para que cresçam fortalecidos também pelos erros e correções, pelas perdas e ganhos. É preciso acreditar no potencial que desponta cauteloso e ao mesmo tempo cheio de vigor, ansioso por um futuro que acabou de nascer. O equilíbrio entre a novidade trazida por profissionais jovens e a experiência de profissionais que conhecem a cultura de uma organização é positivo para o crescimento e rejuvenescimento da empresa.

A filosofia nos mostra que início e fim podem ser apenas pontos de marcação e referências, em um círculo o ponto de partida também é o ponto de chegada e isso nos mostra que não há verdade absoluta. A relatividade difundida por Albert Einstein nos coloca diante de conceitos diferentes até para o tempo e para o espaço, logo, uma nova maneira de realizar pode nos surpreender e nos ensinar. Os homens de Neandertau(1) viam o mundo através das sombras nas paredes das cavernas, até o dia em que um deles decidiu sair para ver o sol. O velho e o novo se completam. A experiência guarda em sua essência e em seu DNA o prazer da descoberta e a lembrança dos primeiros passos.

Há lugar para todos, as organizações precisam de novos talentos para garantir o futuro e de experiência para conduzir o presente com segurança. Muitas empresas perceberam que a renovação é vital e têm implantado programas de “trainne, (2)” que é uma forma de desenvolver sucessores para cargos-chaves. Estes programas tem como objetivo desenvolver profissionais de maneira incentivada e acompanhada, moldando-os de acordo com a cultura e os objetivos da empresa a longo prazo.       

(1) Neandertal  - Referência ao livro Sombras do Homem de Neandertal de  David Hutchens, Editora Best Seller

(2) Trainee - Tipo de cargo dentro da estrutura hierárquica de uma empresa onde o desenvolvimento profissional do funcionário é incentivado. O nome, que é um estrangeirismo, vem do Inglês "training", ou treinamento (em Inglês "trainee" é o indivíduo em treinamento). Fonte: Wikipédia – A enciclopédia livre


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