segunda-feira, 30 de novembro de 2015


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Quer um abraço?

Laércio Lins

Eu ouvi essa pergunta ser feita por um gerente de manutenção para um mecânico. A seguir o gerente me falou: Ele quer um abraço, se referindo ao mecânico.

O diferencial do comportamento do gestor nesta cena está na situação, aconteceu em um momento de pressão. O mecânico chegou assustado com um problema em uma máquina que comprometeria a produção de um lote cujo prazo de entrega já estava atrasado. Com o gesto e a pergunta inesperada, o gerente pegou para si a responsabilidade do momento, quebrou a tensão e aliviou a pressão sobre o mecânico atordoado. A seguir, o gerente convidou o mecânico para verificarem juntos, o defeito da máquina, onde constataram que havia interferências na estrutura elétrica do equipamento, que logo após, foram resolvidas por um eletricista da equipe.

Pedidos de ajuda diante de problemas e situações rotineiras acontecem todos os dias em fábricas, escritórios, hospitais e nos mais diversos ambientes de trabalho. Além de cobrar resultados, é também função dos gestores, promover condições ambientais, materiais e um bom clima relacional nos departamentos e nas empresas. A demonstração de parceria e disponibilidade em ajudar a partir do gestor é positiva, proporciona um ambiente leve e de confiança, o que estimula a criatividade e a motivação dos componentes da equipe, ajudando-os a desempenhar melhor seus papéis.

Em minhas atuações como consultor organizacional tenho convivido com gestores de perfis diversos e a cada dia me convenço que o modelo ideal de gestão é aquele que considera a situação sistêmica operacional e estratégica da empresa, que respeita as características, os limites e potencializar os pontos fortes das pessoas.

Gestores autoritários têm perdido espaço e tendem a desaparecer das relações de trabalho. As relações humanas e os códigos de ética e de conduta das organizações têm definido as escalas de direitos e deveres e colocado os componentes das equipes em condição de parceria, onde as pessoas se complementam independentemente da posição hierárquica.

Os gestores contemporâneos são facilitadores dos fluxos organizacionais, assim como agiu o gerente de manutenção com o mecânico, gerenciam processos e criam condições favoráveis à realização das tarefas. A gestão sustentável, abraça, escuta, pratica o bom senso, mantém claras as responsabilidades, equilibra as situações de conflito, mantém a disciplina, otimiza os recursos materiais, financeiros, humanos e conduz a equipe centrada nos objetivos e nos resultados.