Laércio Lins
Eu
ouvi essa pergunta ser feita por um gerente de manutenção para um mecânico. A
seguir o gerente me falou: Ele quer um abraço, se referindo ao
mecânico.
O diferencial do comportamento do
gestor nesta cena está na situação, aconteceu em um momento de pressão. O
mecânico chegou assustado com um problema em uma máquina que comprometeria a
produção de um lote cujo prazo de entrega já estava atrasado. Com o gesto e a
pergunta inesperada, o gerente pegou para si a responsabilidade do momento,
quebrou a tensão e aliviou a pressão sobre o mecânico atordoado. A seguir, o
gerente convidou o mecânico para verificarem juntos, o defeito da máquina, onde
constataram que havia interferências na estrutura elétrica do equipamento, que
logo após, foram resolvidas por um eletricista da equipe.
Pedidos de ajuda diante de problemas
e situações rotineiras acontecem todos os dias em fábricas, escritórios,
hospitais e nos mais diversos ambientes de trabalho. Além de cobrar resultados,
é também função dos gestores, promover condições ambientais, materiais e um bom
clima relacional nos departamentos e nas empresas. A demonstração de parceria e
disponibilidade em ajudar a partir do gestor é positiva, proporciona um
ambiente leve e de confiança, o que estimula a criatividade e a motivação dos
componentes da equipe, ajudando-os a desempenhar melhor seus papéis.
Em minhas atuações como consultor
organizacional tenho convivido com gestores de perfis diversos e a cada dia me
convenço que o modelo ideal de gestão é aquele que considera a situação
sistêmica operacional e estratégica da empresa, que respeita as
características, os limites e potencializar os pontos fortes das pessoas.
Gestores autoritários têm perdido
espaço e tendem a desaparecer das relações de trabalho. As relações humanas e
os códigos de ética e de conduta das organizações têm definido as escalas de
direitos e deveres e colocado os componentes das equipes em condição de
parceria, onde as pessoas se complementam independentemente da posição hierárquica.
Os gestores contemporâneos são
facilitadores dos fluxos organizacionais, assim como agiu o gerente de
manutenção com o mecânico, gerenciam processos e criam condições favoráveis à
realização das tarefas. A gestão sustentável, abraça, escuta, pratica o bom
senso, mantém claras as responsabilidades, equilibra as situações de conflito,
mantém a disciplina, otimiza os recursos materiais, financeiros, humanos e
conduz a equipe centrada nos objetivos e nos resultados.
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