quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O estímulo e a motivação

(*) Laércio Lins

Quando falamos de desempenho profissional, lembramos de uma lista de qualificações pré-definidas: criatividade, agilidade, flexibilidade, competência, eficiência, eficácia, assertividade, proatividade e muitas outras. Vale lembrar que todas estas características só se consumam se estiverem emolduradas pela motivação, se não há motivo, a disposição destas características serve apenas como ferramenta para realizar o que é óbvio e previsível, o que é um grande desperdício.

O sucesso na realização de um evento, projeto ou tarefa, tem influência direta do perfil de quem executa. Se a execução é movida apenas por obrigação e através de ações mecânicas, o resultado é medíocre. Se o evento é realizado com capacidade técnica e prazer, as possibilidades e alternativas são ampliadas e surpreendentes.

Dias atrás eu ouvi a entrevista de uma atleta que vibrava com emoção pela conquista de uma medalha. Ela dizia: “Isso é tudo, não tenho explicação, sinto uma força, uma alegria que vem de dentro como se eu fosse explodir”. Parei para pensar no sentido daquela frase tão cheia de emoção e comparei com o sentimento de pessoas ao executar uma tarefa. Não consegui lembrar de muitas pessoas que realizam seu trabalho de maneira tão apaixonada.

Escuto muitos gestores falarem em promover isso ou aquilo para “motivar” suas equipes. Na verdade, o que eles estão tentando é estimular suas equipes para que elas realizem, vendam, comprem, produzam e transformem. Motivação é outra coisa, vem de dentro pra fora, “como se fosse explodir”. O estímulo ajuda momentaneamente, no entanto, não mantém. A motivação é auto sustentável, tem como combustível uma meta o interesse de uma equipe, ou mesmo um motivo ou satisfação pessoal.

O homem contemporâneo está exposto a influências da moda, de marcas, do marketing e de um universo infinito de informações. A quantidade de estímulos é imensurável, o que torna difícil as decisões e as escolhas. Só os indivíduos motivados se mantêm firmes, determinados e fiéis a seus objetivos, projetos e realizações dos sonhos.

Diante de suas equipes, os gerentes precisam atentar às características dos componentes, a observação e percepção são imprescindíveis para definir os papéis de cada um do grupo. Não há pessoas mais ou menos importantes, é uma questão de característica e de perfil, uns precisam de estímulo, outros são naturalmente motivados, estes, normalmente têm mais iniciativa, são inquietos e estão sempre buscando novas maneiras para realizar.

Em linhas gerais, Voltando ao comentário da atleta cuja força parecia “vir de dentro”, não há uma explicação lógica a não ser a realização pessoal de seu objetivo e a satisfação trazida pela vitória. A alegria de realizar algo muito almejado e desejado traz a sensação de que vamos explodir.  

Quando em sua citação: "Dê-me uma alavanca e moverei o mundo", o filósofo e matemático Arquimedes (287 a. C. -  212 a. C.), se referia à alavanca como um multiplicador da força. Gosto de pensar que ele se referia à alavanca como motivação, o motivo que que move o homem em direção à realização de uma meta - “Moverei o mundo”. O filósofo grego Sócrates (469 a.C. – 399 a.C.), após muitos estudos filosóficos, citações e pensamentos, imortalizou a frase: “Só sei que nada sei”, talvez este pensamento o tenha mantido motivado a pensar e a estudar sempre mais em busca de conhecimento e de sabedoria.        

O estímulo nos aciona, a motivação nos coloca inteiros em direção a um objetivo e o resultado mais provável é o sucesso e a conquista. O homem estimulado adquire confiança e realiza o que é possível. O homem motivado transforma em realidade um sonho que parece impossível.


(*) Laércio Lins é Palestrante e Consultor organizacional.
Instagram: @laercio.lins

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