Autor Laércio Lins
A comunicação deve ser cristalina e transparente em qualquer profissão, emitir opiniões é um direito, desde que seja imparcial e não vá ao encontro de crenças e valores de terceiros. O argumentos devem ser claros, livres e impessoais. Todos nós temos direito à liberdade de expressão, no entanto, não podemos ferir conceitos de outras pessoas.
No dia 10 de novembro de 2010, veículos de comunicação noticiaram um episódio sobre um juiz de direito da cidade de Sete Lagoas – MG, que foi afastado do cargo por falar da Lei Maria da Penha de forma discriminatória e demonstrar preconceito contra as mulheres.
Não tenho intenção de tornar o caso mais polêmico de que já foi mostrado, estou citando o fato apenas para ilustração da importância dos limites no exercício de uma gestão, seja de projetos, processos ou pessoas.
No caso do Juiz, o efeito foi muito negativo, principalmente por ter surgido de alguém cuja principal função é julgar. Os líderes, comunicadores e formadores de opinião, têm compromisso com a informação a partir do ponto de vista ético. A palavra na boca de quem não sabe usar se transforma em uma arma perigosa cujos efeitos são imensuráveis.
No ambiente corporativo são muito comuns ruídos de comunicação, os mesmos causam desde um simples desentendimento interpessoal até a destruição de um plano estratégico. A comunicação assume uma adversidade muito grande e de efeitos variáveis, é preciso perceber e escolher suas formas e os meios, de maneira que a mesma seja a base de apoio para compreensão. As palavras se manifestam nas entrelinhas, em gestos e até no silêncio, um gestor precisa desta percepção, uma palavra mal colocada ou um gesto duvidoso pode mudar o rumo e levar um projeto ao insucesso.
Lidar com palavras verbais e não verbais é uma arte. A exposição de uma ideia ou a explicação de um fato se assemelha à construção de uma parede, tijolo sobre tijolo completando o todo, níveis horizontais e verticais em pleno equilíbrio ou jamais se chegará a um bom acabamento.
O pensamento é muito mais rápido que as palavras, não é possível adiantar a velocidade das palavras para acompanhar o pensamento. A comunicação não é movida apenas pelas palavras, a interlocução necessita de palavras, silêncio, gestos, ritmo e principalmente sensibilidade para o que é necessário ou desnecessário ser dito.
Platão nos ensinou em “O mito da caverna” que cada um vive uma verdade e um modelo mental, não por isso podemos pensar que podemos falar de qualquer maneira, os diálogos existem para permitir os argumentos e nos conduzir ao consenso. Um profissional de elevado grau cultural ou de influência sobre organizações e sociedades não tem direito de impor seus conceitos ou crenças como verdade, no máximo tem o dever de provocar questionamentos sobre temas que acredite relevante para a conquista de objetivos organizacionais ou coletivos. A comunicação é uma ferramenta que facilite o entendimento, não uma arma que estimule o conflito.
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