quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Quem sou eu? Quem é você?

Autor: Laércio Lins

Todos nos temos um pouco de criança. Sentimentos lúdicos são leves e nos faz sentir descontraídos e criativos, basta lembrar de certas perguntas formuladas por crianças na fase do “por que” 2 a 5 anos segundo Piaget¹. Nesta fase a criança ainda não consegue se colocar no lugar do outro e precisa de explicação para tudo.
Dias atrás eu lembrava de uma historinha de Maurício de Sousa² e das relações entre Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão. Cada um dos quatro personagens tem características que os identifica e, tanto a amizade quanto as ações de cada um deles, são reforçadas pelas diferenças. Eles atuam numa escala de valores e limites bem definidas, embora, Cebolinha e  Cascão insistam algumas vezes em entrar nos “espaços” de Mônica e Magali, eles acabem se entendendo, não dá para imaginar um sem os outros.
Mônica tem características muito forte em sua personalidade, explode muito fácil com as provocações de Cebolinha, ele também não deixa por menos e não perde oportunidade de provocar uma confusão. Cascão é conhecido por seus atributos não muito higiênicos, no entanto, nos mostra uma lição de companherismo e amizade, o tipo de pessoa que não mede distância quando o assunto é solidariedade. Magali, tem fama de comilona e está muito presa às necessidades básicas, mas, não por isso, deixa de ter um papel importante na vida dos quatro amigos.
Se bem observarmos a nossa volta, em nossas relações de trabalho e também em nossas relações pessoais encontraremos muitos Cebolinhas, Mõnicas, Cascões e Magalis. Todos somos diferentes em nossos dúvidas, valores, desejos e ações, no entanto, quando tratamos de atividades em equipes nossas diferenças precisam ser equacionadas.
Em um grupo ou em um time as características individuais precisam dar espaço ao coletivo, para isto, é necessário identificarmos em nos mesmos quem somos, se Cebolinha, Mõnica, Cascão ou Magali e perceber que o que é mais relevante é a presteza e a solidariedade na hora de realizar. É preciso está disposto a ceder e a somar. A construção se dá a partir da união de talentos diferentes dispostos a contribuir para o crescimento do grupo. Sócrates, ( 470 a.C.), já verbalizava, “de nada adianta uma idéia sem que haja diálogo.”
A partir da conversa surge as transformações e nada será como era antes, o compartilhamento do conhecimento é uma fonte de crescimento, é a única maneira de dividir com a certeza de multiplicar e isso só é possível se as diferenças individuais convergirem para o bem comum da Equipe.
Se não sabemos perguntamos: Por que? Hoje temos a vantagem de não termos apenas 5 anos de idade. Sabermos nos colocar no lugar do outro para sentir suas dificuldades, isso pode fazer toda diferença nas relações interpessoais em busca de resultados.
Quem sou eu? Quem é você? Cebolinha, Mônica, Cascão ou Magali? Precisamos desta resposta, não podemos conhecer nosso companheiro de equipe se não nos conhecemos. A resposta nos ajuda na integração diante de nossos objetivos.
Não é preciso bater com o coelhinho no colega por não concordar com suas idéias, tão pouco, “comer toda melancia” e deixar os colegas sem matéria prima para realizar suas atividades. Um pouco de bom senso nas provocações e “higiene,” (clareza nas relações), é sempre bom, além de preservar o humor e a individualidade, ajuda nos resultados e mantém no grupo a criatividade das crianças.

(¹) Jean Piaget (1896-1980) Psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil.

(²) Mauricio de Sousa é criador dos personagens de histórias em quandrinhos Mônica, Magali, Cebolinha e Cascão.

Informações palestras: laerciolins9@gmail.com ou laerciolins9@hotmail.com

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2 comentários:

  1. Laércio, adorei a relação feita entre os persongens do quadrinho, utilizando-se das características e traços de cada um deles, e as pessoas no mundo corporativo, mostrando de forma leve descontraida as relações entre as pessoas e como uma percepção do universo de cada um poderia minimizar conflitos, facilitar comunicação, integração e consequêntemento resultados melhores nas organizações. Amei! Mônica Melo

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